que venham os temporais
e as ondas erguendo as casas
misturando nuvens e mulheres
abrindo as pernas do deserto
jorrando manhãs e palavras
e silêncio por entre as palavras
e as ondas erguendo as casas
misturando nuvens e mulheres
abrindo as pernas do deserto
jorrando manhãs e palavras
e silêncio por entre as palavras
que venham os bárbaros
e sua fome de vida sua fome
de fome de vida sua sede
de grandes ondas batendo
contra os joelhos do cais
e sua fome de vida sua fome
de fome de vida sua sede
de grandes ondas batendo
contra os joelhos do cais
venham os que não creem em ditadores
da terra e do céu porque o amor
e a loucura são siameses
e o tempo é uma máquina
de moer flores e pedras e
não temos tempo a perder
da terra e do céu porque o amor
e a loucura são siameses
e o tempo é uma máquina
de moer flores e pedras e
não temos tempo a perder
que venham as que tecem
as que destecem as que sabem
que não sabem e que é esse
seu grande luminoso
e humano poder
as que destecem as que sabem
que não sabem e que é esse
seu grande luminoso
e humano poder
estaremos eu e tu
por debaixo das ondas
imóveis por dentro das ondas
e livres como o ar dentro
da jaula do tigre
por debaixo das ondas
imóveis por dentro das ondas
e livres como o ar dentro
da jaula do tigre
estaremos em nossa ausência
e só então estaremos livres
do que seria a eternidade
e só então estaremos livres
do que seria a eternidade
Carlos Moreira
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