terça-feira, 14 de abril de 2015

quem soa não sou eu: é a palavra:
pedra áspera ou faca amolada
é ela quem fala
eu e tu somos no máximo a corda
mais ou menos tensa de uma harpa
ou bandolim de lata
tanto faz: é ela quem sabe a hora
e a forma absurda de tirar a nota
e estuprar o anjo
ninguém é poeta: somos o sonho
da palavra (arquetípico demônio):
eis o humano
Carlos Moreira

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